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O que é a aprendizagem? Como aprendemos? Estas são questões que deveriam continuar a desafiar processos e práticas educativas atuais. 

 

A aprendizagem consiste em encontrar respostas a interrogações através de mudanças causadas pela experiência, é uma construção que occorre dentro de cada indivíduo, resultante de um percurso experiencial e de um equilíbrio entre assimilação e acomodação (Miranda, 2008). A experiência de aprendizagem, ela mesma, pode definir-se como o momento em que adquirimos de forma ativa o conhecimento que nos faltava para completarmos uma tarefa ou resolvermos um problema. A aprendizagem é multifacetada, orientada e determinada pela própria tarefa.

 

Sabe-se que é através da auto-aprendizagem e da aprendizagem colaborativa  que o indivíduo adquire novos conhecimentos (saber), novas competências (saber fazer) e novas atitudes (saber ser). Exige-se hoje do professor uma postura diferente da tradicional, visando possibilitar que o aluno "aprenda a aprender".

 

Vejamos brevemente os postulados das três principais teorias da aprendizagem: Behaviorista, Cognitivista e Construtivista.

 

 

O que é a aprendizagem?

O conectivismo emerge como resposta às limitações das teorias tradicionais da aprendizagem na era digital. Behaviorismo, Cognitivismo e Construtivismo foram desenvolvidos num tempo em que a aprendizagem não sofria o impacto das tecnologias. Hoje é necessário tomar em consideração os avanços tecnológicos que nos envolvem e que moldam o nosso quotidiano. Neste sentido, face à evolução tecnológica na educação houve a necessidade de repensar novas estratégias pedagógicas que acompanhassem a comunicação e produção de conteúdos colaborativos em ambientes virtuais.

 

Siemens reconhece a originalidade dos contributos das grandes teorias da aprendizagem na formulação do Conectivismo, por exemplo: a noção de comunidade de prática de Lave Wenger e de Papert; a aprendizagem construtivista de Vygotsky, Bruner e Bandura; o trabalho de Stephen Downes (outro importante teórico do Conectivismo) sobre o conhecimento conectivo, entre outros contributos de outras teorias tradicionais e contemporâneas (Mota, 2009). Porém, Siemens defende que urge adequar os processos de aprendizagem ao impacto que as Tecnologias de Informação e Comunicação desenvolvem hoje sobre o ser humano.

 

Para o Conectivismo o conhecimento distribui-se por uma rede de conexões e a aprendizagem consiste na capacidade de circular por essas redes.

O que é o Conectivismo?

É inegável que a aprendizagem ocorre de maneira contínua e é inerente à nossa vida de todos os dias. Citando Siemens (2004): "a tecnologia reorganizou o modo como vivemos, como comunicamos e como aprendemos", sendo que a aprendizagem occore efetivamente de várias maneiras, tanto por meio de comunidades de prática como por redes pessoais.

 

Siemens considera que o conhecimento na sociedade atual é um processo complexo, dinâmico e contínuo, que envolve a exploração de formas de aquisição da informação e a capacidade de se avaliar se essa aprendizagem é significativa para o aprendente. Existem hoje conteúdos em abundância e, nesta ótica, criar conexões em rede tem se revelado um processo de aprendizagem crucial nesta era digital.

 

Aceitando que há aprendizagens que passam pela aquisição de conhecimento, Siemens sustenta igualmente que a aprendizagem é, sobretudo, um processo com vários estádios e várias componentes. Existem muitas atividades preparatórias antes de nos envolvermos na aprendizagem: a exploração, a tomada de decisões, a seleção, etc.  Sendo a aprendizagem e o conhecimento dinâmicos, vivos e evolutivos e não somente meros conteúdos estáticos, um ambiente de aprendizagem colaborativa deve, segundo Siemens, ser informal e não estruturado, rico de ferramentas, consistente e permanente, descentralizado, apoiado e conectado, permitindo a experimentação a todos os níveis.

 

Os conteúdos que aprendemos têm que ser atualizados, relevantes e contextualmente adequados. De facto, a atualidade do conhecimento é uma função da rede; cabe-nos processar, filtrar, avaliar e validar sempre a informação.

O Conectivismo e a aprendizagem

em rede e na rede

Amélia Albuquerque Tavares

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